Outubro Rosa {Renascimento} Vanessa

Relato de renascimento da guerreira Vanessa:

"No ano de 2012 eu vivi umas das maiores dores que já tive na vida: minha mãe estava com Câncer no ovário. Pensar na possibilidade de perder uma pessoa que sempre se doou tanto, sempre procurou fazer o bem, dar o seu melhor arrebentou comigo. Mas ela lutou, ela foi forte e venceu!

Quando se percebe a possibilidade de um Câncer a primeira coisa que se pensa SIM é na morte. "Será que já chegou a minha hora?" E este nome dá medo!

Há pouco mais de um ano, encontrei uma bolinha na parte inferior do meu seio esquerdo. Não só palpável, como também visível, já tinha mais de 1 cm. Bateu o desespero. Meu esposo e eu nos abraçamos e choramos em segredo. Não podia ser, pois eu estava amamentando. E o resultado do primeiro ultrassom deu benigno: - "Pode ser do leite, mas observem." 

Só que a bolinha continuou a crescer. E se alguém tão maravilhoso como minha mãe teve Câncer, qualquer um pode ter. Alguns meses depois, no banho, percebi um segundo nódulo. Desta vez na axila. As lágrimas nos invadiram novamente. E ao pesquisar na internet só encontrava tipos de Câncer de Mama. Foi então que, no segundo ultrassom ouvi a frase: - "Não é benigno, você precisa fazer biópsia urgente." Ali começou a corrida contra o tempo e a preparação psicológica para o possível "problema" e suas consequências.

Resultado da biópsia: Carcinoma Ductal Invasivo Não Diferenciado. Carcinoma é Câncer.

Mas neste momento só conseguia pensar: "Ok, e agora? O que eu tenho que fazer? Onde tenho que ir?" uma força imensa invadiu meu ser. Força que não vem de mim. Corri atrás de uma consulta e no dia seguinte já começaram as Quimioterapias.

Sim, eu chorei muito antes de receber a confirmação do Câncer de Mama, verifiquei sobre o financiamento da casa e do carro, chorei pelas questões físicas pois eu estava me sentindo tão bem fisicamente como nunca antes. Tudo estava indo tão bem em nossas vidas... Chorei pelos cabelos longos e loiros que ia perder, os 10 kg que havia emagrecido e iria recuperar, e principalmente pelo pavor do desconhecido: a Quimioterapia.

E eu tive que começar pela parte que mais temia, eu precisava ser forte. Eu achava que tinha que ser forte por mim, por meus filhos, por meu esposo, meus pais, meus avós... e me sobrecarreguei. Dei umas surtadas, cai, levantei, chorei muito, senti dores, mas aprendi que a dor também deve ser sentida, vivida. Fiz e faço muita terapia!

Quando você sabe que tem uma sementinha de morte querendo crescer dentro de você, superar não é uma opção. Passa a ser uma tarefa diária, ultrapassar seus limites, vencer seu inimigo, manter a fé! Fé de que existe um Deus que tudo controla e se jogar em Seus braços. E eu clamava: - "Paizinho, eu sou frágil, mas o Senhor é um Deus grandioso e misericordioso me carrega em seu colo porque sozinha eu não consigo."

E ele me carregou! E usou tantas pessoas, gente que eu nem imaginava, nem conhecia e na verdade algumas eu nem conheço pessoalmente.

O Câncer é algo que merece nosso respeito, pois ele mexe não só com a gente, mas com nossa família, amigos, pessoas que a gente conhece e até que não conhece. 

É incrível como algo tão ruim e tão difícil, desperta o bem dentro das pessoas.

A etapa das Quimioterapias foram vencidas! A cirurgia foi feita! O Câncer se foi! A batalha foi vencida! Mas a guerra ainda não acabou. Novos desafios estão por vir...

Mas sigo firme! Certa de que quando me sentir fraca terei muitas pessoas pra me ajudar a nos levantar! Porque Deus não nos abandona! A todos aqueles que participam e participaram de alguma forma deste processo: eu jamais terei palavras suficientes pra demonstrar minha gratidão. As feridas cicatrizam e as cicatrizes nos mostram que vencemos. Que nada possa impedir a nossa força de querer lutar!"

Trilha sonora: Mylène Ramani - Stronger

Desfrute!

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